Monday, March 22, 2010

Depois da chuva














Tenho um rosto suave
Com a suavidade das chuvas.
Das chuvas de março.
Hoje eu ouvi a sua música e
Sua melodia encanta meu passado.
Para hoje, pretérito-mais-que-perfeito,
Uma canção degenerada
Que o tempo equalizou.
- O tempo no rosto suave -
No rosto, na chuva, em março...
Sobre o futuro cadáver
A esperança do eterno amor.
Efeméride: éter com silueta de diamante,
Sussurro da canção não cantada.
O rosto suave, inerte
Sabe que só o passado a possui
Mas já não chove, faz frio.
Me aqueço
Com a lembrança do que não foi.